Movimento é Vida!

O valor da prática de atividades físicas e esportivas (AFEs) e a relação positiva entre estas atividades e a saúde, a sociabilidade, a produtividade e a qualidade de vida como um todo, já está bem estabelecido. Ainda assim, a maioria das pessoas não está envolvida com estas práticas.

O PNUD denomina como atividades físicas e esportivas o conjunto de práticas que exige significativo envolvimento e movimentação corporal ou esforço físico, que é realizado predominantemente sem fins produtivos do ponto de vista econômico e ao qual os praticantes conferem valores e sentidos diversos (e por vezes sobrepostos), ligados às dimensões da saúde, aptidão física, competição, sociabilidade, diversão, risco e excitação, catarse, relaxamento e beleza corporal, dentre outras.

O PNUD desenvolveu um relatório com análises realizadas a partir dos dados disponíveis sobre a prática e a organização das AFEs no Brasil, propondo seis princípios centrais que devem orientar as ações na área, de modo a aumentar e qualificar o envolvimento das pessoas.

Esporte na Rua-9

Primeiro Princípio:

  1. As AFEs são um vetor de desenvolvimento humano quando sua prática tem por base uma decisão livre e consciente, que não seja limitada por falta de tempo disponível, de recursos materiais e financeiros e/ou de oportunidades.

Mover-se é uma capacidade valorosa para o desenvolvimento humano e se expressa por meio de diversas formas, com significados diferentes para as pessoas em suas vidas. Todas as pessoas têm o potencial de mover-se e praticar AFEs, por isso, essa capacidade deve ser garantida e enriquecida ao longo de toda a vida, para que elas desenvolvam tal potencial e usufruam da mesma (com agência) para tornar suas vidas mais dignas e com mais qualidade.

Há uma multiplicidade de práticas de AFEs e de sentidos atribuídos a essas práticas pelas pessoas. Sem buscar estabelecer uma relação hierárquica entre razões mais utilitaristas (como o benefício à saúde) e razões de âmbito pessoal (como o prazer), o relatório afirma a importância de construir condições objetivas e simbólicas para que as AFEs possam ser acessadas por todas as pessoas, pelas mais diversas razões, tratando-se então efetivamente de uma escolha, tão autônoma quanto possível.

Três condições são entendidas como centrais para definir o grau de liberdade presente nas escolhas das pessoas quanto à pratica de AFEs. A primeira delas é o tempo, ou seja, a relação direta entre poder escolher uma dessas práticas e o tempo livre disponível para exercê-la. Em segundo lugar, destaca-se a necessidade de condições materiais e financeiras para a prática de AFEs. A disponibilidade de recursos para usufruir das opções privadas ou a disponibilidade de condições materiais públicas (que vão desde os equipamentos esportivos até a iluminação e a segurança pública) são indispensáveis para a prática de AFEs. A terceira tem caráter simbólico e cultural. O valor de ser ativo está intrinsecamente relacionado às dinâmicas culturais locais, o que impacta – e muitas vezes limita – o tipo de AFEs que são observadas como práticas valoráveis pelas pessoas. A ideia aqui é que a valoração das práticas seja dada por uma decisão livre e consciente da pessoa, afetada em menor medida por uma imposição cultural ou midiática.

Para saber mais: http://movimentoevida.org

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