A ideia inicial era propor um treino de corrida que simulasse uma prova. Optamos por nomear o evento e preparar medalhas, números de peito, alimentação e hidratação, tornando o cenário o mais próximo possível das provas de rua. A corrida de rua se apresenta inicialmente como uma atividade democrática em que a participação não depende de muitos acessórios. Diante de grande número de praticantes da modalidade o apelo mercadológico imprime alguns marcadores que agem como facilitadores do acesso à grupos específicos e também se colocam como barreiras à determinados grupos. Quando nos dedicamos à um olhar mais sensível, percebemos que as questões de classe e de raça, assim como ocorre em todo o contexto social, se perpetuam também na modalidade. A partir destes olhares, propusemos o contato dos alunos da turma de Corrida do Sesc Belenzinho com a história de Jesse Owen o que ensejou expandir para histórias e grandes feitos de atletas negras e negros em diversas modalidades.
Fizemos um simulado de corrida de rua afrocentrado intitulado “Jesse Owens”. Toda a comunicação visual continha sua imagem o que nos levou a realizar uma roda de conversa sobre seus feitos bem como as relações de raça nos esportes no curso da história. Os números de peito, que neste simulado teriam apenas função alegórica, foram utilizados como forma de apresentar uma/um atleta negra/o. Carregavam o nome e uma breve história sobre uma ou um atleta negro de grande expressão, sendo o número individual associado à esta história.
Tivemos, com os números de peito, breves histórias de 30 atletas negras/os que foram compartilhadas durante o bate papo nos momentos que antecederam o simulado de prova e que serviram com combustível para as discussões étnico-raciais no final da prova e nas aulas que se seguiram.
O tema partiu da necessidade de trabalhar as questões étnico-raciais que raramente surgem nos bate-papos informais e que quando eventualmente ocorrem, são carregadas de estigmas raciais impertinentes e conceitos equivocados.
As ações tiveram como objetivo, a partir dos esportes, ensejar reflexões e promover a discussão entre os alunos da turma sobre apagamento e invisibilização, tratamento midiático desproporcional, dificuldades no acesso e permanência bem como potencialidades de atletas negra/os.
O processo de pesquisa sobre as/os atletas nos levou a conhecer algumas personalidades pouco difundidas no ambiente esportivo. Esses saberes foram compartilhados com os alunos durante a entrega dos seus “kits prova”. No momento em que se deparavam com a/o atleta cuja história ilustrava seu número de peito, compartilhavam com os pares seu feito e o que mais sabiam sobre. Para que todas/os tivessem acesso as/aos atletas homenageadas/os, houve o compartilhamento da foto do número de peito por meio de aplicativo de mensagem o que reforçou a propagação dos saberes e garantiu um registro para consultas posteriores. As breves histórias que ilustraram os números de peito bem como a medalha de Jesse Owns compuseram o kit que os alunos levaram como premiação pela participação.
Sobre os resultados, embora não tenhamos ferramentas para avaliar, acreditamos que ao propor tal atividade contribuímos para o melhor entendimento sobre as relações étnico-raciais que nos atravessam no cotidiano.
A experiência foi rica no sentido em que sua preparação ensejou o contato e o compartilhamento com diversos saberes. A prática pode ser facilmente repetida em outros contextos respeitando as características do grupo bem como ajustando as linguagens e atuações, tendo já sido replicada em outra turma de corrida em nossa unidade.
O elemento chave está nos desdobramentos suscitados através do contato com as histórias que, se não resultaram em transformações imediatas, certamente provocaram reflexões sobre as relações étnico-raciais em um ambiente onde raramente isso é pautado. A apropriação e melhor entendimento sobre as questões raciais durante um treinamento de corrida é uma evidência das potencialidades dos esportes que, em nosso contexto, são entendidos como ferramenta educacional indispensável para a transformação social.
A ideia inicial era propor um treino de corrida que simulasse uma prova. Optamos por nomear o evento e preparar medalhas, números de peito, alimentação e hidratação, tornando o cenário o mais próximo possível das provas de rua. A corrida de rua se apresenta inicialmente como uma atividade democrática em que a participação não depende de muitos acessórios. Diante de grande número de praticantes da modalidade o apelo mercadológico imprime alguns marcadores que agem como facilitadores do acesso à grupos específicos e também se colocam como barreiras à determinados grupos. Quando nos dedicamos à um olhar mais sensível, percebemos que as questões de classe e de raça, assim como ocorre em todo o contexto social, se perpetuam também na modalidade. A partir destes olhares, propusemos o contato dos alunos da turma de Corrida do Sesc Belenzinho com a história de Jesse Owen o que ensejou expandir para histórias e grandes feitos de atletas negras e negros em diversas modalidades.
Fizemos um simulado de corrida de rua afrocentrado intitulado “Jesse Owens”. Toda a comunicação visual continha sua imagem o que nos levou a realizar uma roda de conversa sobre seus feitos bem como as relações de raça nos esportes no curso da história. Os números de peito, que neste simulado teriam apenas função alegórica, foram utilizados como forma de apresentar uma/um atleta negra/o. Carregavam o nome e uma breve história sobre uma ou um atleta negro de grande expressão, sendo o número individual associado à esta história.
Tivemos, com os números de peito, breves histórias de 30 atletas negras/os que foram compartilhadas durante o bate papo nos momentos que antecederam o simulado de prova e que serviram com combustível para as discussões étnico-raciais no final da prova e nas aulas que se seguiram.
O tema partiu da necessidade de trabalhar as questões étnico-raciais que raramente surgem nos bate-papos informais e que quando eventualmente ocorrem, são carregadas de estigmas raciais impertinentes e conceitos equivocados.
As ações tiveram como objetivo, a partir dos esportes, ensejar reflexões e promover a discussão entre os alunos da turma sobre apagamento e invisibilização, tratamento midiático desproporcional, dificuldades no acesso e permanência bem como potencialidades de atletas negra/os.
O processo de pesquisa sobre as/os atletas nos levou a conhecer algumas personalidades pouco difundidas no ambiente esportivo. Esses saberes foram compartilhados com os alunos durante a entrega dos seus “kits prova”. No momento em que se deparavam com a/o atleta cuja história ilustrava seu número de peito, compartilhavam com os pares seu feito e o que mais sabiam sobre. Para que todas/os tivessem acesso as/aos atletas homenageadas/os, houve o compartilhamento da foto do número de peito por meio de aplicativo de mensagem o que reforçou a propagação dos saberes e garantiu um registro para consultas posteriores. As breves histórias que ilustraram os números de peito bem como a medalha de Jesse Owns compuseram o kit que os alunos levaram como premiação pela participação.
Sobre os resultados, embora não tenhamos ferramentas para avaliar, acreditamos que ao propor tal atividade contribuímos para o melhor entendimento sobre as relações étnico-raciais que nos atravessam no cotidiano.
A experiência foi rica no sentido em que sua preparação ensejou o contato e o compartilhamento com diversos saberes. A prática pode ser facilmente repetida em outros contextos respeitando as características do grupo bem como ajustando as linguagens e atuações, tendo já sido replicada em outra turma de corrida em nossa unidade.
O elemento chave está nos desdobramentos suscitados através do contato com as histórias que, se não resultaram em transformações imediatas, certamente provocaram reflexões sobre as relações étnico-raciais em um ambiente onde raramente isso é pautado. A apropriação e melhor entendimento sobre as questões raciais durante um treinamento de corrida é uma evidência das potencialidades dos esportes que, em nosso contexto, são entendidos como ferramenta educacional indispensável para a transformação social.
Nosso propósito é contribuir para democratizar o acesso ao esporte e à atividade física no Brasil.