Pelo que lutamos e como lutamos?

Artigo de William Boudakian e Amanda Busch, do Instituto Passe de Mágica

Como mobilizar a sociedade em que vivemos diante de um oceano de causas que emergem a cada dia?

Acreditamos que o que nos move de fato não são as nossas certezas, mas a nossas perguntas que nos angustiam e as vezes apertam o coração. Aprender a fazer boas perguntas é um desafio cotidiano, mas que também em nossa prática precisa estar conectado com algo maior, que nos dá sentido e que assim possamos sentir um impulso para o movimento, rumo a uma transformação positiva repleta de vida e cidadania.

Aprendemos que este impulso de vida e de existência institucional precisa estar intimamente ligado ao público que atendemos no dia a dia e que se colocar no lugar do nosso grande público, crianças e adolescentes, é um dever institucional.

Pensando nisso, vivemos uma experiência incrível no dia 13 de julho de 2015. Dia em que o Estatuto da Criança e do Adolescente completou 25 anos. Este estatuto garante direitos que são necessários para uma vida digna para crianças e adolescentes no Brasil. Sobretudo, compreender uma Lei não é algo tão simples e muitas vezes esta mesma Lei é compreendida de forma rasa e repleta de preconceitos em nosso país.

Motivados para traduzir de forma lúdica o que significa o Estatuto da Criança e do Adolescente, promovemos uma grande caça ao tesouro, envolvendo cerca de 150 crianças num ritmo de brincadeira, diversão, mas tratando de assuntos muito sérios e relevantes. Neste evento, foi possível se divertir, aprender e praticar bastante atividade física, procurando garantir o direito de brincar, praticar esporte e aprender.

Mobilizar o nosso público até que não foi tão complicado, mas como ir além e atingir mais pessoas em torno de uma causa?
Esta pergunta nos persegue mas descobrimos em julho, um ingrediente muito especial: Planejamento de Comunicação. Experimentamos a vivencia de um planejamento de comunicação com antecedência, feito com uma agência voluntária indicada por nosso patrocinador. É claro que isso deu bastante trabalho, muito além de simplesmente ir lá e desenvolver o evento que de certa forma, estamos acostumados a fazer. Foi preciso estar atento, se disponibilizar, flexibilizar o tempo, ir atrás das pessoas e veículos de comunicação, conceder entrevistas e enfrentar as câmeras e microfones.

Como resultado, conseguimos divulgar em rádio e em alguns veículos de TV nosso ponto de vista sobre uma causa que muitos de nós defendemos e acreditamos que é o direito ao esporte e o direito de brincar.
Ainda tem muito pela frente e não temos um trabalho estruturado nesta área de comunicação, mas percebemos que, no modelo de sociedade que inventamos, não basta ter uma boa causa, apesar de toda a relevância. Há muita informação circulando, temas infinitos nas redes sociais, um mar de imagens, vídeos, “memes” e conseguir espaço e microfone para ecoar a voz é um grande desafio para nós que acreditamos no Esporte pela Mudança Social.

Esta experiência nos inspirou para que em 2016 possamos somar esforços e gritarmos juntos com os 250.000 atendidos pela REMS: “Sim ao direito ao esporte e ao direito de brincar!”.

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